Amigos,
Hoje a resenha é especial. É o teste de um captador feito no Brasil com grande qualidade e desenvolvido pelo Henry Ho em parceria com a Malagoli. É a primeira vez que tive a oportunidade de trocar idéias com o criador de um modelo de humbucker – e isso é uma honra, ainda mais se eu considerar que nunca vou poder conversar com o Seth Lover e que dificilmente vou conhecer o Bill Lawrence, Larry Dimarzio ou Seymour Duncan. Segue o texto e, em seguida, alguns comentários feitos pelo Henry sobre o meu texto.
Estou aqui na frente do meu computador vendo DVDs de MMA (joga MMA no Google e descubra o que é) e no meu colo há uma strato projetada por mim. O corpo dela é de freijó com um tampo de imbuia. O braço é de maple som escala de jacarandá. A ponte é a minha preferida: Kahler. Tem outro brinquedo legal nessa guitarra: o Fernandes Sustainer. Sabe outra coisa legal que está instalada nessa guitarra? Um captador HH777. Nada mal pra um aprendiz de guitarrista e aprendiz de jiu-jitsu ficar rolando o rock enquanto os caras lutam, ainda mais se há uma maquininha de rock’n roll na guitarra como o HH777.
Eu fiquei feliz quando soube que Henry Ho estava lançando seu modelo de captador, pois é óbvio que um grande produto estaria sendo colocado no mercado. Henry é um cara meticuloso, bom guitarrista e ótimo luthier - além de ser um cara muito legal. Um captador com sua assinatura só podia ser um grande produto.
Algumas coisas relacionadas ao gosto pessoal de Henry não são segredo pra gente: ele parece preferir stratos, gosta de rock e metal clássico, fã declarado do George Lynch e parece ter preferência por captadores Seymour – e como eu sempre achei que os modelos clássicos da Seymour têm um DNA Gibson, era natural que Henry usasse alguns pickups Seymour e Gibson como referências.
As primeiras coisas que achei muito legais foram a embalagem e o visual do captador. Há seis pólos de parafuso tipo fenda num lado e seis pólos de parafuso Allen. Claro, se você conhecesse captadores, verá que a Seymour (olha ela aí) tem um modelo com esse aspecto. Um doce pra quem adivinhar! É o Screamin’ Demon, captador signature do George Lynch.
Eu adoro o timbre do Screamin’, mas acho que ele grita alto demais nas freqüências mais agudas e ele tem pouco ganho pro meu gosto pessoal. Mas foi exatamente aí que Henry e os seus parceiros da Malagoli tiveram a lucidez e gentileza de me ajudar: criaram o Hellbucker, um captador cujo ganho se estrutura de maneira muito parecida com um Seymour clássico, que não é exagerado em nenhuma freqüência, com quantidade de ganho semelhante a um JB, articulado e preciso, com um visual matador e o mais impressionante: um preço imbatível.
Experimentei os meus em várias guitarras, mas o de ponte soou melhor na citada strato. É claro que você pode rolar Stones ou coisas do tipo, mas o captador implora por heavy metal e rock instrumental agressivo. Bases pesadas feito pedra ou riffs velozes tipo Megadeth vão sair com todo gás e solos “satrianísticos” com wah-wah soam vivos e atravessam o som da sua banda facilmente. Esse captador soa equilibrado nessa minha strato, mas eu evitaria instalá-lo numa guitarra aguda e rachadiça demais.
Até aqui falamos do modelo de ponte. O de braço não me inspirou tanto. Seu nome é Realbucker. Ele é exatamente o contrário do que eu tenho procurado em captadores de braço. O HH777 de braço tem uma quantidade de ganho razoável, mas soa gordo demais pro meu gosto, com pouco brilho e clareza. Todo dia eu sou sabatinado no balcão da minha loja por guitarristas que querem instalar a velha combinação JB + 59 e vocês lembram do que eu penso do JB (vejam a resenha do JB). O HH777 de braço me faz lembrar o 59 e isso é um problema pra mim. O meu raciocínio é: de que adianta ter um captador de ponte agressivo e com boa dose de ardência se esse som cortante fica apagado quando usamos o captador do braço? Na minha opinião fica difícil usar esses dois captadores juntos, pois espero que um captador de braço apenas me ajude a articular as notas de maneira diferente e não que faça um corte tão abrupto de brilho - e esse é o exato problema de se usar o JB e o 59 na mesma guitarra.
Isso é um defeito? Não. É apenas uma particularidade dos HH777 e esses captadores merecem que você dê uma chance a eles. Eu recomendo o modelo de ponte em guitarras mais mornas (ele deve soar matador numa Les Paul!) e usaria o de braço numa guitarra bem brilhante, pra equilibrar um pouco sua falta de brilho.
É um problema que Henry tenha utilizado os Seymour como referência? Eu sinceramente acho que não. Ora, você precisa de um Screamin’ Demon com mais ganho e menos agudos cortantes? Precisa de um JB sem aquele paredão de médios? Pois Henry e a Malagoli nos deram esse captador e seu nome é Hellbucker – com qualidade incrível e por um preço campeão.
Um pedido a Henry e seus parceiros da Malagoli: eu ficaria muito, muito feliz se vocês tivessem mais do que um ou dois modelos de captador. Seria maravilhoso se vocês tivessem uma linha diversificada de HH777 – sugiro um modelo de ponte ainda mais agressivo que o Hellbucker, talvez com imã cerâmico, além de um modelo de braço mais brilhante e transparente. Quanto mais modelos tiverem, maior o número de pessoas que poderão ficar satisfeitas com seus produtos – portanto, mais vendas. Mas eu insisto: Henry e a Malagoli merecem muito crédito por oferecerem um produto de qualidade tão alta.
Henry comenta: A idéia era fazer um captador de braço próximo ao 59 Model (SH-1) da Seymour Duncan e 57 Classic da Gibson. Para a posição do braço, minha preferência sempre foi para fabricantes como Tom Holmes e Lollar. O Model 59 da Seymour para mim soa articulado mas falta uma ponta de ganho. Já o Gibson 57 Classic é um captador muito legal, mas excede em médios e graves.
Em termos de ganho, o Realbucker tem um incremento adicional que proporciona mais ataque e menos compressão. Neste quesito, o pickup possui similaridades com o Virtual Hot PAF da Dimarzio. Na questão do timbre, o Realbucker é mais agudo que o Gibson 57 Classic. Talvez mais próximo ao Gibson Burstbucker 2. No que diz respeito ao 59 Model, o Realbucker é articulado tal qual o referido, porém apresenta mais presença.
É possível notar diferenças entre uma PRS e uma Les Paul, assim como numa stratocaster tradicional como numa guitarra tipo Jackson ou Ibanez. Muito mais ainda entre uma Stratocaster e uma Les Paul. Particularmente, gosto do Realbucker nas Stratocasters, mas nas Les Paul ainda sobram graves.
16 comentários:
Eu já tinha lido o review do Hellbucker na Guitar Player... Confirma o que vc disse... Um ótimo captador, por um preço bem acessível...
Valew Rafael!!!
mais um bom review. só achei que faltou detalhar mais um pouco o modelo da ponte.
esse captador sempre me interessou e quase cheguei a comprá-lo por várias vezes. a idéia de um humbucker "JBish" sem o excesso de médios é bem interessante, mas, como já comentei aqui no post do JB, acabei optando pelo Bare Knuckle Holy Diver e encontrei o que queria e mais do que esperava. mas nunca se sabe do futuro... quando tiver mais umas guitarras, vou catar um HH777 desse.
parabéns de novo e um abraço.
oie, tdo bom nossa gostei mesmo do seu blog e muto legal essa materia dos captadores da sound, olha só eu tenho uma strato da golden antigona, eu queria colocar uns captadores ( para um som tipo joe satriane / e steve vai) eu pensei em Di marzio , e sem quere acabei descobrindo os captadores da Sound (Malagoli /Henry), eu li em um forum que eles tem um captador mto semelhante ao di marzio...
a minha duvida é o seguinte
*vc sabe qual é esse modelo que parece com o da di marzio?
* e se vc poderia me dar uma dica
quais os captadores que eu posso colocar (na ponte , braço e no meio)
Os outros captadores da Malagoli tem o mesmo padrão de construção e qualidade do HH777?
Parabéns pelo blog!
Atualiza a possibilidade de atualização do Blog com mais freqüência...
"Um blog que cancela ruídos de 60 ciclos."
O seu blog é muito legal, e esse subtítulo é excelente!
coloquei o hellbucker na ponte de uma condor RX-30 e o som do captador ficou estaladaço mesmo ligado em série, parecia captador simples. a impressão é de que ele tava defasado, o som ñ era forte, era baixo, igual quando eu defasei o dimarzio x2n .se esse captador é hell, o capeta é uma bicha cor-de-rosa
MMA = Mixed Martial Arts?
pow rafael... vc podia atualizar mais o blog... rsrsrsrs faz tempo q vc naum atualiza... já tava ficando feliz.. aprendendo aqui sobre os captadores.. pra eu aprender a escolher o correto....
ve ae se vc atualiza....
valew.. um abraço
ciao
Manda o review do Seymour Active do Mustaine!!!! E do 500t gibson tb. Valeu, e parabéns pelo blog.
realmente, tive contato com os captadores do malagoli e fiz a combinação HH777 na ponte e Custom 59' no Braço como melhor opção.
Gostei muito!
Fala, Rafael! Descobri teu blog agora, muito bom mesmo.
Comprei o kit de HH777 e instalei-os numa Washburn Idol com a possibilidade de convertê-los em singles através de knobs push-pull. Além de ter gostado muuito dos timbres dos captadores de forma geral, a variedade de combinações possíveis é uma maravilha (8 ao todo).
Não poderia ter feito aquisição com melhor custo benefício, só me falta aprender a tocar... hehehhehe!
Grande abraço, valeu pela contribuição.
Fala cara
Gostei muito do review e me senti tentado a comprar um pra equipar a minha guitarra, ela é uma Ibanez Js100 com captadores originais Ibanez. A questão é que o meu desconhecimento sobre combinação de madeira e captação não me permite imaginar como ficaria o som (e o que eu busco é brilho sem deixar de lado o peso). O que você acha dessa combinação?
Captador excelente. Com overdrive leve e volumes moderados consigo feedback controlado e musical. Hendrix deve estar sorrindo lá no céu...
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